14 de dezembro de 2003

Jazz nas repartições de finanças...

O meu amigo Bernardo Fontes, activista cívico, acaba de me explicar a importância do swing para caracterizar o jazz, isto partindo de uma analogia simples com a administração pública em geral e as repartições de finanças em particular.

É que apesar de aí haver muita improvisação nem por isso há jazz! Falta, diz ele, o swing...

Eu até nem estou muito de acordo porque o que nós, míseros e reles contribuintes, mais fazemos é balançar de guichet em guichet, de repartição em repartição. Mas concordo que ainda assim não há jazz na Administração Pública até porque nas ditas repartições a música é outra e o principal hit é ainda e sempre o «Paga primeiro, reclama depois». Ora o jazz é a música do momento...

Agora digo eu... porque será que o governo e os políticos em geral não conseguem produzir bom 'jazz' de que o povo goste, isto apesar de toda a improvisação que caracteriza a sua actividade?

Resposta: porque a sua actividade é feita de clichés (muitos deles repetidamente ensaiados e combinados), porque não temos um Coltrane, um Parker, um Miles (sobretudo um Miles, um inovador e visionário) mas temos imensos Braxtron, e porque a música que nos dão é produzida essencialmente para a sua auto-satisfação ou para entreter meninos, ou seja, pouco própria para seres pensantes.

Pois é, e depois quando nos chega aos ouvidos 'música' do estrangeiro cai o Carmo e a Trindade! Se Bruxelas tocasse mais alto, haveria de haver muito político em baixa...


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