7 de fevereiro de 2004

Os meus melhores discos de Jazz - Parte III

Já vai longa esta lista mas mesmo assim é bem curta se considerarmos todos os discos que ficaram de fora...

Hoje vamos começar pelo piano e por um dos seus expoentes no jazz: Ahmad Jamal. Este pianista é não só especial - até pela sua riqueza humana e espiritual, que tive oportunidade de comprovar quando o entrevistei em 1996 -como influenciou músicos muito especiais, como é o caso de Miles Davis. «At The Pershing» é um disco histórico no jazz e na carreira deste músico, muito pela utilização do espaço que caracteriza Jamal, ie, a cadência das notas nos solos e as pausas entre estas.

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Foi uma falha ter deixado para a parte III o gigante Julian Cannonball Adderley, mas é difícil seleccionar entre tantos talentos que o jazz produziu. «Something Else» seria já por si um excelente registo só por vir de Cannonball, mas alcança o estatuto de imprescindível a partir do momento que o convidado especial se chama Miles Davis e encontramos Art Blakey na bateria e Hank Jones no piano. É aqui que podemos ouvir o fenomenal tema 'One for Daddy-o' e o genial break de Adderley para o seu solo.

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Chet Baker exerce uma especial atracção sobre os amadores do jazz. Primeiro, porque a sua música é intensa, sentida, honesta, bela. Segundo, porque a sua vida pessoal trágica e mítica o coloca ao lado dos Deuses. «Once Upon a Summertime» encontra Chet Baker numa das suas melhores fases em termos técnicos e conta, entre outros sidemen, com o contrabaixo de Ron Carter e o piano de Harold Danko.

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Joe Henderson é um caso sério e difícil é mesmo escolher qual o melhor disco que gravou... Eu escolho o «The State of The Tenor», um registo em trio de saxofone, contrabaixo (Ron Carter) e bateria (Al Foster). O tema 'Beatrice' é de uma beleza e sensibilidade atrozes.

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Já estava a faltar um guitarrista e este é dos melhores. Dá pelo nome de Wes Montgomery e produziu vários discos brilhantes, incluindo este que desde sempre me apaixonou: «Full House». A secção rítmica é a que tocava na época com Miles Davis e que com ele gravou «Kind of Blue», ou seja, Wynton Kelly, Paul Chambers e Jimmy Cobb. Ah, e o som deste disco é excelente. Já para não falar no swing...

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Não podia aqui faltar uma cantora e Carmen McRae é uma excelente opção. Este disco que gravou em homenagem a Thelonious Monk tem-me proporcionado horas e horas de prazer. As letras que foram escritas para as melodias originais dos temas são interessantes e actuais. Musicalmente, conta com Charlie Rouse no saxofone, o parceiro ideal para este projecto.

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Mais uma falha minha, esta de não ter ainda mencionado aqui nenhuma voz masculina! Pois bem, este disco junta o melhor de dois mundos: Sinatra e Count Basie. «Please Be Kind» é um dos meus temas preferidos.

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E vamos fechar este ciclo de vozes no jazz com Billie Holiday e a sua excelente interpretação de 'Fine and Mellow', que nenhum amador de jazz devia desconhecer. Ainda para mais porque conta com Roy Eldridge no trompete, com um solo histórico, pleno de agudos.

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Regressemos ao piano para falar de Herbie Hancock e do lendário «Empyrean Isles». Afinal, quem nunca ouviu 'Cantaloupe Island'? Já agora aqui neste disco toca a secção rítmica de um dos mais famosos grupos de Miles Davis: Ron Carter e Tony Williams. E toca também o furacão Freddie Hubbard, no trompete. 'Cantaloupe Island' é mesmo obrigatório!

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E, para terminar, um disco pouco conhecido e com uma formação instrumental pouco clássica. Trata-se de um octeto de trombones comandado por J.J. Johnson e Kai Winding. A versão de 'A night in Tunisia' é fenomenal.

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