22 de outubro de 2004

Abriu a casa do swing em NYC!

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Foi oficialmente inaugurada, em Nova Iorque, no passado dia 18 de Outubro, a "casa do jazz", cerimónia que se concretizou com Wynton Marsalis a liderar, ao longo da Broadway, uma marcha/parada ao estilo de Nova Orleães.

O complexo edificado a que Marsalis se refere como a "Casa do Swing", recebeu o nome de Frederick P Rose Hall e é um conjunto de três salas, sendo o primeiro a ser desenhado propositadamente para acolher o jazz!

Este complexo faz parte do Lincoln Center e inclui um auditório, um anfiteatro, um centro educacional, um clube de jazz e um "hall of fame".

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O Rose Theater é um auditório com 1200 lugares sentados.

O anfiteatro, designado, The Allen Room, pode acolher entre 300 e 500 pessoas e ameaça tornar-se um exlibris da Big Apple graças à sua parede de vidro de 50 pés de altura, com vista directa para o Columbus Circle, o Central Park e o skyline de Manhattan... Um luxo, ver e ouvir jazz aqui!!

O clube de jazz, designado, Dizzy's Club Coca-Cola, está a partir de agora aberto 7 dias por semana e é mais um clube no roteiro de clubes de jazz da cidade. Tem capacidade para acolher 140 pessoas sentadas e conta ainda como atrractivo com uma vista deslumbrante para o skyline de Manhattan e para o Central Park. Apostado em criar oportunidades para a apresentação de novos jazzmen, o clube vai colaborar com escolas de música como a The Juilliard School, Manhattan School of Music, New School e Queens College. Ver aqui a programação para os próximos dias.

O centro educacional, baptizado Irene Diamond Education Center, tem por missão lançar uma nova geração de jazmen, contando com estúdios para ensaio de bandas, nomeadamente o The Edward John Noble Foundation Studio e a Louis Armstrong Classroom.

Existe ainda neste complexo o Atrium, um espaço de 7000 metros quadrados com vista para Columbus Circle e o Central Park, concebido para receber cocktails, debates e aulas.

Para Derek Gordon, Director executivo do Lincoln Center, com "A abertura da nossa nova casa, o jazz tornou-se uma parte integral da paisagem musical da nossa cidade e um centro internacional de cultura".

Para Marsalis, Director Artístico do Jazz at Lincoln Center, "A abertura da nossa casa do swing lança uma nova era para o jazz". O trompetista acrescenta ainda que "Como artistas continuámos a evoluir, mas os nossos espaços de concerto não". "Por isso, contruímos uma casa que realmente se adequa à forma como o jazz funciona, à forma como o jazz se exprime e, sobretudo, à forma como o jazz soa".

A inauguração deste complexo prosseguiu com um concerto e um festival de jazz que decorre durante três semanas. Neste concerto actuaram a Lincoln Center Jazz Orchestra, a Afro-Latin Jazz Orchestra e convidados especiais, tais como Branford Marsalis, Tony Bennett, Abbey Lincoln, Ellis Marsalis, Jr., Delfeayo Marsalis, Jason Marsalis e Paquito D'Rivera.

O concerto esteve apenas acessível por convite, mas foi difundido via televisão e rádio, estando disponível em www.wbgo.org Que diferença para Portugal, onde os órgãos de comunicação socal, particularmente a televisão, há muito que abandonaram o jazz.

De referir que a abertura do Frederick P Rose Hall ocorre três anos depois da colocação da primeira pedra. Compare-se a dimensão deste centro com a casa da música do Porto e tirem-se as conclusões devidas...

Que me desculpem os leitores deste blog, mas estas comparações são inevitáveis e servem, mais do que crítica, para aprendermos a fazer bem feito. Servem também para ver como uma cidade se orgulha da sua música e lhe constrói um templo adequado. Em Portugal nem para o Fado, quanto mais para o jazz! Até a Amália está relegada para uma simples e modesta estátua à beira do Rio Tejo.

Aqui deixamos, pois, o repto à Câmara Municipal de Lisboa e ao Ministério da Cultura para que olhem para este exemplo americano e pensem seriamente num museu do jazz ou num museu da música e também na criação de um espaço de aprendizagem da música. Não é com o CCB que se produzem músicos; é com a aposta na educação.

Já agora, os mecenas privados podem também aproveitar esta experiência. É que o Lincol Center é uma organização sem fins lucrativos e tem o apoio do Bank of America. E isto só para a componente do jazz.


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