27 de março de 2005

Se Sarah fosse viva...

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[Foto: www.downbeat.com]

Se Sarah Vaughan fosse viva contaria hoje 81 anos e o jazz ainda teria a sua "divine", provavelmente ainda a cantar...

Considerada uma das melhores vozes do jazz, nasceu a 27 de Março de 1924, em Newark, e podia ter sido cantora de ópera, se não preferisse o jazz e não fosse... negra, claro.

Comparável a Sarah, no jazz, só Ella (por tudo) e Billie (pela emoção), mas ainda assim Sarah levava a melhor sobre a "First lady of song" no que toca à amplitude do registo vocal.

Foi a audição de um dos seus discos que me trouxe para o jazz. Em «How Long Has This Been Going On?» Sarah Vaughan faz aquilo que sabe - canta! - com o apoio de uma secção rítmica ímpar: Oscar Peterson, Herb Ellis, Ray Brown e Louis Bellson. Está tudo dito. É para ouvir à noite, em casa, luzes no mínimo ou apagadas, absorvendo cada nota e cada emoção.

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Em 1973, Sarah actuou no Cascais Jazz, infelizmente sob indignas condições sonoras, com um microfone que persistia num inaceitável feedback. Aguentou firme, cantou até ao fim. O registo existe na RTP e merece ser visto e ouvido. (Onde andas tu, RTP Memória, que tão esquecida estás do espólio que tens?!).

Por essa ocasião, passou ainda pelo Hot Club, "danada para cantar", como recorda o Eng. Bernardo Moreira, no que foi contrariada pelo seu manager. Limitou-se a tocar piano, outro dos seus dons, afinal enquanto criança tinha tido lições deste instrumento e também de órgão de igreja.

Já agora vale a pena contar aqui uma história sobre Sarah e Cont Basie, com cuja orquestra gravou alguns excelentes trabalhos. O narrador é James Gavin que, no disco "Count Basie & Sarah Vaughan", conta o seguinte:

During an engagement at New York's Roxy Theater in March 1944, Basie began auditioning singers to replace his departed vocalist Thelma Carpenter. Between shows he would sit at the piano in his dressing room and play for a parade of candidates. Finally Vaughan offered to help out the exhausted bandleader by accompanying the singers herself. Her husband and manager George Treadwell later said: "Damn, Basie. You had the greatest singer in the world right there, and you had her playing piano for audiotions". "The next time I saw Sassy", said Basie, "I asked her why the hell she didn't say something since she was not working anyplace at that particular time. She laughed. 'I just thought I wasn't what you were looking for', she said".

Quem conhece Sarah, conhece também o seu inimitável vibrato. Morreu juntamente com ela, em 3 de Abril de 1990.

Mas felizmente Sarah deixou-o, bem como ao seu talento, numa rica discografia, da qual apresentamos alguns dos melhores registos:

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1 Comments:

At quarta abr. 13, 03:51:00 da tarde 2005, Anonymous Anónimo said...

Chamo a atencao ao fato de faltar nesta lista(tomara que seja apenas um lapso de memoria) o belissimo album de musica brasileira Sarah Vaughan, o qual nao me recordo o titulo(olha o lapso de memoria ai),onde ela interpreta versoes para as musica abre-alas, do ivan lins, pra dizer adeus, do edu lobo e, ao meu ver a melhor faixa, gentle rain, onde ela e acompanhada pelo helio delmiro. No mais, o blog e` otimo, poderias botar algo sobre a bessie smith?

 

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