21 de novembro de 2005

Uma voz inultrapassável

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[www.downbeat.com]

É verdade que não é fácil a um leigo gostar (apreciar) de Betty Carter.

Mas é támbém verdade que ela tem lugar, por mérito próprio, na galeria das melhores vozes do jazz, sobretudo porque criou um estilo próprio que se caracteriza pela desconstrução melódica e pelo profundo sentido musical e artístico.

Estamos a ouvi-la em "Spring can really hang you up the most", extraído de um dos seus melhores e mais emblemáticos registos:

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Este disco, gravado ao vivo em Março de 1979, no Great American Music Hall, em São Francisco, encontra Betty Carter acompanhada por John Hicks (piano), Kenny Washington (bateria) e Curtis Lundy (contrabaixo).

Atenção que a voz de Carter tem de se ouvir sobretudo como se de um instrumento se tratasse, já que é assim que Betty se posicionava como cantora, ela que tinha raízes profundas no be bop e nas suas complexas harmonias e peculiares melodias.

Já agora, Betty Carter actuou por várias vezes em Portugal: duas no Cascais Jazz (anos 70), uma no Galp Jazz (1990, concerto memorável e gravado pela RTP), uma no Festival de Jazz de Guimarães e outra no Estoril Jazz (1996, a última, com uma versão fabulosa e uptempo de "A Tisket-a-tasket", em homenagem a Ella Fiztgerald, falecida neste mesmo ano).

As gravação para a RTP teve momentos cómicos durante os sound check, quando o realizador teimava que Betty Carter tinha de lhe dizer em que zona do palco ia ficar... como se o jazz fosse assim... e Betty assim também, previsível.

My condition... my condition, my condition, my condition was cronic...

2 Comments:

At terça nov. 22, 03:45:00 da tarde 2005, Anonymous Anónimo said...

Zé das Couves, você devia abrir um inquérito para averiguar quem foi o gajo que espetou o microfone nas costas da Carter. Trate lá disso.

 
At terça nov. 22, 06:39:00 da tarde 2005, Anonymous Anónimo said...

:)

Quem inventou esse nome de Zé das Couves devia ganhar um prémio de criatividade.

Quanto ao microfone espetado nas costas de Carter... simboliza, quem sabe, a verdadeira lança em África que foi a carreira musical de Betty Carter, cantora que, para comunicar a sua música (rejeitada pelas grandes editoras), se viu obrigada a fundar a sua própria editora.

 

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