27 de outubro de 2006

35 anos de Cascais Jazz na BLITZ

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Chega hoje às bancas a revista BLITZ (n.º 5 - Novembro) em que publicamos um extenso artigo (8 páginas) sobre o I Cascais Jazz, celebrando assim os 35 anos da primeira edição do mais importante festival de jazz realizado em Portugal.

Aqui descrevemos o que foi musicalmente este evento, como foi planeado e realizado, assim como as exigências de Miles Davis, o caso Charlie Haden (com direito a uma fotografia inédita do momento em que os panos contra a Guerra Colonial foram dependurados nas bancadas do Pavilhão do Dramático) e as peripécias de bastidores, sem esquecer a PIDE, claro.

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Página 42

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Página 44

A realização deste trabalho exigiu muitas horas de pesquisa em arquivos e de entrevistas a quem participou no Festival ou o acompanhou de perto, assim como o visionamento das imagens da RTP, pelo que queremos aproveitar a oportunidade para agradecer a todas as pessoas e entidades que nos permitiram realizar este artigo com a profundidade que nos impusemos:

- Helena Villas-Boas
- Augusto Mayer
- João Braga
- Duarte Mendonça
- Manuel Jorge Veloso
- Paulo Gil
- Bernardo Moreira
- Fernando Cascais
- Inês Homem e Mercedes Piñeda (Hot Clube de Portugal!)
- Filomena Fernandes (RTP)
- Fernando Costa (Arquivo de Fotografia de Lisboa)

Last but not least, um agradecimento muito especial ao Miguel Cadete, Director da BLITZ, que desde a primeira abriu entusiasticamente as páginas desta publicação ao Cascais Jazz, e aos designers da revista, pelo excelente trabalho realizado.

Creio ter dado um contributo para que a memória deste emblemático e mítico festival perdure e fique registada, podendo ser conhecida pelas novas gerações que, como eu, não tiveram o privilégio de lá estar em 1971, quando a história estava a ser feita ao vivo. Infelizmente nem todo o interessante material a que tive acesso pôde ser divulgado (por naturais condicionalismo de espaço na revista), pelo que será remetido, por direito próprio, para o livro que me encontro a organizar sobre a história do Jazz em Portugal, e grande parte dela passa por aqui ou começou realmente aqui no Cascais Jazz.

Este artigo é também uma homenagem a todos os que conseguiram, literalmente contra tudo e contra todos, montar um evento desta dimensão num Portugal que então era ainda mais pequeno (em mentalidades e abertura ao mundo e ao jazz em particular), pelo que o dedico sobretudo a Luís Villas-Boas, João Braga e Hugo Lourenço, o trio organizador do I Cascais Jazz, e a Duarte Mendonça, que lhe deu continuidade até 1988 e ainda hoje o mantém de certa forma vivo através do Estoril Jazz, seu digno sucessor.




Miles Davis foi uma, senão a maior, das estrelas do I Cascais Jazz.

Neste vídeo podemos ver o mesmo grupo, no mesmo ano, mas no Festival de Jazz de Berlim.

4 Comments:

At sábado out. 28, 08:33:00 da tarde 2006, Anonymous Anónimo said...

grande grande grande artigo! ate meu deu arrepios na espinha ao descobrir que Miles tocou em Terras Lusitanas!

obrigado João!

 
At sexta nov. 03, 06:03:00 da tarde 2006, Blogger Rui Azul said...

Comprei esse nº da Blitz expressamente para ler o artigo, pois para além do interesse que mantenho por Miles, eu assisti a esse (e a todos os outros) Cascais Jazz e embora tivesse apenas 16 anos, lembro-me do Jarrett, e do facto do Miles ter usado wah-wah no trompete (anos 70!...). Tenho pena é que a RTP tenha "estragado" completamente a gravação desse concerto histórico, pois deixou que o nível acústico da captação sonora "mordesse" o vermelho em demasia, pois o som está distorcido seriamente e custosamente audível em termos de fruição... Fico contente por ter conseguido 'ouver' gigantes como Mingus, Monk, Rollins, Roland Kirk, Jazz Messengers, entre vários outros nomes míticos, e se hoje sou músico de Jazz devo-o ao Luís Villas-Boas, que os trouxe. Uma dúzia de anos mais tarde o mesmo Villas-Boas telefonou-me para marcar uma vinda da equipa de gravação que com ele realizavam o 1º programa de televisão que passou e divulgou a música que os Jazzmen portugueses executavam, para gravarem 3 temas pelo meu quarteto na altura: Paulino Garcia-piano; Alberto Jorge - baixo; Miguel Guerra-bateria e, claro, Rui Azul-sax tenor. Os temas foram The Blues Walk (Clifford Brown), Azalea (Sonny Rollins) e Freedom Jazz Dance (Eddie Harris). Ainda tenho a gravação audio desse programa, em que Luis Villas_Boas me apresenta com algo do género: « - Existe um jovem músico do Porto de quem só hà pouco tivemos conhecimento, que é o Rui Azul - provavelmente assim chamado por causa dos Blues.»
Tinha-lhe dito já antes, que não me chamava assim por causa dos Blues, mas ele preferiu dizê-lo... Nessa vinda ao Porto, plena de percalços - o sítio que eu inicialmente lhes tinha arranjado para gravarmos, um pub perto das Antas, não servia pois as câmaras não tinham ângulo lateralmente para filmarem - o palco era da largura do pub (+ ou - 4 metros), e acabamos por fazer a sessão no (antigo) Teatro do Campo Alegre, um grande barracão da Seiva Trupe. Aproveitando o facto de a equipa (15 pessoas) da RTP estar no Porto, gravou também o quarteto do António Pinho (ainda sem Vargas, na altura...) e o quinteto do Carlos Araújo, que integrava o irmão da cantora luso-helvética Gabriela Shaaf, jovem guitarrista de quem já não recordo o 1º nome.
Ah! Gostei do artigo no Blitz, e obrigado, João, também pela divulgação do meu concerto sobre a História do Jazz (acabei à bocado de introduzir no alinhamento o Red Top, blues do Lionel Hampton, mesmo antes do Mercy, Mercy, Mercy (mas vou enviar-te o alinhamento completo + acima).
Rui Azul

 
At sábado nov. 04, 10:23:00 da manhã 2006, Anonymous Anónimo said...

Felizmente tive oportunidade de ler o extenso artigo (ontem durante a uma longa viagem, passando eu por uma das pontes) e foi como se me tivessem teletransportado para o tempo em que os sócios do Cascais Jazz ultimavam preparativos.

Gostei imenso, situações "plus ou moins" caricatas..e enfim, é sempre bom saber que em tempos grandes lendas pisaram aquele palco.

 
At sábado nov. 04, 10:25:00 da tarde 2006, Blogger JMS said...

Obrigado a todos pelos comentários. É sempre bom receber as vossas opiniões.

 

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