13 de junho de 2008

Ícones do Jazz em Português

conesdojazz.jpg

Foi muito recentemente editado em Portugal o livro Ícones do Jazz, fruto da aposta da Princípia Editora neste género musical que ano após ano assume uma relevância inédita entre nós. Para o efeito, a Princípia ressuscitou a marca Casa Sassetti, emblemática editora e loja do século XX português.

O propósito deste livro da autoria de Dave Gelly (crítico de jazz do jornal The Observer) é simples: contar a história de 84 ícones do jazz e ilustrá-la com fotografias marcantes das respectivas carreiras. Mas, o que parece simples foi na verdade bem mais complexo de realizar pois o autor fez um notável esforço de síntese para conseguir condensar numa só página por artista o essencial do seu contributo para o jazz e também da sua própria existência como ser humano.

Imagem4.jpg

O desafio foi amplamente vencido e este é um livro que consideramos uma excelente porta de entrada no mundo do jazz; uma porta a abrir por aqueles que desejam ter um primeiro contacto ou saber mais sobre o jazz e os seus grandes criadores. Gelly escreve de uma forma acessível e que combina bem as curiosidades da vida pessoal destes ícones com a sua carreira profissional, o que sem dúvida proporciona uma leitura agradável, interessante e simples.

Deste livro de 175 páginas, retivemos uma afirmação que nos parece muito adequada para compreender a tão propagada aparente estagnação do jazz nos dias que correm, quando comparada com os passos de gigante que se deram até aos anos 60/70. Escreve Dave Gelly na introdução:

Tem-se referido com frequência que o jazz, num século apenas, percorreu todo ocaminho que a música europeia levou séculos a alcançar, desde a música folk até ao pós-modernismo.

Os meios de comunicação aceleraram a divulgação das ideias e, consequentemente, o decurso da história. Dado que o tempo foi como que comprimido, houve uma justaposição de gerações estilísticas. Louis Armstrong e Charlie Parker tinham uma diferença de idades inferior a 20 anos e a de Parker e Ornette Coleman era de apenas 10.

Fazendo uma comparação com a realidade europeia, foi como se Bach, Beethoven e Schoenberg tivessem vivido todos na mesma época. À excepção de alguns falecimentos precoces, como os de Parker e Jelly Roll Morton, praticamente todos os grandes nomes marcantes do jazz estavam vivos e a trabalhar na década de 1950
.

JNPDI! agradece à Princípia Editora o exemplar oferecido para recensão crítica.

Sinatra.jpg

Já agora, em Outubro, a editora destes Ícones do Jazz lança em Portugal uma obra que pretende assinalar o 10.º aniversário da morte de Frank Sinatra. Os Tesouros de Sinatra foi escrito pelo arquivista da família de "A voz" e conta a história de Sinatra através de fotografias raras e de fac-similes de documentos que vão desde telegramas presidenciais a programas de espectáculos. Um livro a não perder por todos os que realmente apreciam Sinatra, com o atractivo de incluir ainda um CD com excertos musicais e entrevistas.

Por ocasião desse lançamento, JNPDI! voltará a Sinatra para dar conta dos concertos (sim, porque não foi apenas um) que deu em Portugal e não só.


Site Meter Powered by Blogger