19 de junho de 2012

Espectáculo inédito dá a conhecer e ouvir primórdios do Jazz em Portugal


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Quando, onde e como surgiu o jazz em Portugal, de que forma foi recebido e como soava então?

Para responder a estas questões pela primeira vez, no próximo dia 26 de Junho, às 22h00, no novo Ritz Club, João Moreira dos Santos (investigador e ensaísta), Maria Anadon (voz), Victor Zamora (piano) e Ricardo Louro (actor) realizam uma viagem no tempo à descoberta dos primórdios do jazz entre nós, com paragens obrigatórias nos clubes, cabarets, salas de concerto, discotecas, cafés, restaurantes e estações de rádio mais emblemáticos dos anos 20-50.

Concebido para assinalar o Dia Internacional do Jazz (instituído em 2011 pela UNESCO), este é um espectáculo pioneiro e itinerante (poderá ser brevemente visto noutros pontos do país) a que não faltam uma grafonola a corda e vídeos da época... 

A entrada é absolutamente livre e dá igualmente direito a uma visita a este mítico cabaret dos anos 20, o único que ainda funciona na Lisboa do século XXI.

Quem passeia presentemente pelas ruas da capital não imagina as muitas histórias, memórias e vivências jazzísticas que guardam os seus velhos prédios, as suas centenárias lojas e também as grandes salas de espectáculos, onde tantos músicos, portugueses e estrangeiros – incluindo Sidney Bechet, Count Basie, Louis Armstrong e Ella Fitzgerald – actuaram ao longo dos últimos 90 anos, maravilhando ou escandalizando plateias, repórteres e intelectuais.

O espectáculo multimedia Roteiro do Jazz na Lisboa dos anos 20-50 recupera, pois, a memória alfacinha de uma música nova que, a partir da capital do império de um “Estado Velho”, procurou arduamente o seu caminho para os ouvidos dos portugueses, amplificada a partir dos pós Segunda Guerra Mundial pela acção de Luís Villas-Boas e do seu Hot Club de Portugal.

Participar nele é partir à descoberta do desenvolvimento do jazz em Portugal, acompanhado as suas metamorfoses e os diferentes estilos que foram despontando ao longo do século XX, desde o ragtime ao bebop, passando pelo dixieland, stride e swing. Mais do que isso, é também acompanhar a realidade social, política e cultural do país, que tanta oposição fez ao jazz, e descobrir as ligações com figuras icónicas como Almada Negreiros, Stuart Carvalhais, Ferreira de Castro, António Ferro e António Lopes Ribeiro.

De acordo com o autor, João Moreira dos Santos, “Este espectáculo, que deriva do livro homónimo, contém a síntese de um intenso e profundo trabalho de investigação que venho desenvolvendo há 10 anos. Espero que as inúmeras informações inéditas de que é portador e a sua forma leve, descontraída, pedagógica e interactiva permitam lançar um novo olhar sobre a riqueza da história do jazz no nosso país e sobre o papel que este género musical, tal como a UNESCO reconheceu, tem desempenhado na construção de uma sociedade multicultural, democrática e livre”.

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Este espectáculo é também herdeiro dos roteiros do jazz, passeios pedestres realizados por João Moreira dos Santos a partir de 2005, data da primeira edição, promovida em parceria com o Centro Nacional de Cultura.


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